Assalto à 13a DP

Assalto à 13a DP

Tempo de leitura: 3 minutos

Texto escrito em outubro de 2012 na cobertura do Festival do Rio para o site Almanaque Virtual

Como conter a violência das gangues multirraciais, de guetos marginais, em uma Los Angeles quente e desolada, e cuja força policial, além disso, teve roubadas armas de destruição poderosas e com silenciadores? Em certas regiões da cidade, nem mesmo o cara do carro de sorvete (que, no filme, é interpretado por Peter Bruni) pode andar sem um revolver a tira colo, nem uma linda menininha de cabelos dourados (Kathy, interpretada por Kim Richards) pode troca seu sorvete de baunilha pelo sorvete misto sem pagar com a morte. Assalto à 13 DP apresenta duas soluções e as articula dentro da 13 DP, uma delegacia em vias de desativação, e que sofre um violento e dramático atentado.

O idealista tenente negro Bishop (Austin Stoker), numa tarde ensolarada e violenta de Los Angeles, que se prolonga de uma manhã não menos violenta e conflituosa, é intimado no caminho para o trabalho pelo seu capitão, através do rádio da sua viatura, a “supervisionar” a transição da 13ª DP para a sua desativação.

Esta estava acontecendo sem sobressaltos. Até uma plaquinha de papelão improvisada o tenente Bishop coloca na entrada da delegacia para informar e orientar a população quanto a qual delegacia procurar na região. Para auxiliá-lo a terminar rapidamente o processo, ele conta com o trabalho de duas assistentes, Julie (Nancy Kyes) e Leigh (Laurie Zimmer).

Por isso, ele não pôde deixar de engolir seco ao ter que receber um trio de presos em transferência entre presídios, trazidos por Starkers (Charles Chypher).  Dentre eles os prisioneiros, estão Weels (Tony Burton), um doente de mal desconhecido, e Wilson (Darwin Joston), um prisioneiro egocêntrico, muito violento e temido pelos assassinatos que lhe foram reputados.

Mas o dia do tenente Bishop estava apenas começando. De repente, um homem branco entra desesperadamente e em estado de choque. Ele atrai para lá seus perseguidores, antes três jovens de uma seita violenta, agora um grupo muito determinado e numeroso composto por membros de gangues e extremistas que tentarão matá-los

O tenente Bichop, sendo o único representante da força policial na 13 DP, precisará encontrar uma forma de mantar todos a salvo, entre a ameaça dos prisioneiros nas celas da 13 DP e a ameaça dos marginais de toda a Los Angeles, em meio ao drama e a violência de muitas tiros e mortes.

Os papéis, as ideais que cada um tem de si, as convicções e também a falta delas, em cada personagem, estão bem representadas no roteiro bem estruturado do filme. São reforçados pelo figurino, segundo o qual cada um está trajado a rigor segundo seus papéis sociais, ora mais masculinos, ora mais femininos. Papéis esses muito bem representados pelos atores, sobretudo por Austin Stoker, Darwin Joston  e Laurie Zimmer, muito feminina, sedutora e corajosa. A trilha sonora toda no teclado de ritmo pop-rock, composta de um baixo que lhe dá o ritmo e de solos que testemunham o drama de todo o enredo, acentua a energia presente na atividade das gangues e da polícia.

Assalto à 13 DP mostra o quanto é difícil solucionar o problema da violência em uma cidade quando armas muito destrutivas estão nas mãos de quem não deve segurá-las; e o quanto de idealismo é necessário se abrir mão para fazer os aliados certos para pacificar a delegacia e a cidade.  Além do mais, Assalto à 13 DP  é um exemplar dos filmes de ação dos anos 70 e que atraem até hoje jovens fãs do gênero, que, se podem, o prestigiam a hora que for.

 

John Carpenter – Festival do Rio 2012

Assalto à 13ª DP (Assault on Precinct 13)

Estados Unidos, 1976. 91 min.

Direção: John Carpenter

Com: Austin Stoker, Darwin Joston, Laurie Zimmer.

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